quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

eu, a outra

sou eu esta outra menina
esta que caminha miúdo
se ela não sou
esta que miúdo caminha
dita-me quem sou
senão ela que caminha miúdo
aqui temos ela e eu
mesma imaginação
em conchas ...
não aquaticas, não marítimas
aquelas as quais não tenho mais

eu e ela
eu e a concha
eu desenconcho-a
eu e a cama desconchada
eu e ela
em lençóis brancos
mas não em brancos claros

um branco escuro
frio e solitário

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

saudades:

foto: beatriz pontes
 
do ar poluído, dos barulhos dos carros, do cheiro da marginal, do transito caótico, dos clientes, das ruas, das cervejas quentes, das flores, da praça, da lojas, do trabalho...
das pessoas que não tinha tão perto, dos amores que não cheguei a ter, das compreençoes, das trocas de filmes, de livros, de assunto, de olhar pra lampada pendurada no teto de meu quarto, das pessoas que não pude ter, do cheiro do meu edredom,do fim dos tempos..
dos cultos micaelisticos à bacco, dos vais-e-vens de humor, dos azuleijos descascados do banheiro, da augusta, do caos, dos amigos desenhando em meu corpo, de outros desenhos não coloridos, de dias de meninas com as amigas, do ritz, do chão branco da cozinha, da minha gladeira vazia, do pitta, das noites, do varal, dos olhares partidos, das viagens até guarulhos... 
dos prantos, das não vontades, de acordar ao meio dia, das meias alegrias, das pessoas feias,de tudo sinto falta, meu caos era ali, minha raiz está ali, mas eu: não estou. 

domingo, 28 de novembro de 2010

qual.quer

Qualquer coisa que não fui
Não será coisa qualquer
Que jamais fora qualquer até
Tal coisa que não fora jamais
Tomou posse do que já não era
E já não sendo fui transformada em
Tal coisa qualquer que jamais fora: eu!

Letras gritadas, não audíveis.

"Cartas para além do muro"
Poderia eu, ser remetente de
- Cartas para o fim do mundo?

Ou que ao mesnos mudem minha
- Chave para o fim dos tempos.

Já não posso respirar com:
                                                     - O Fim dos ares em meus pulmões.


"No fundo do peito esse fruto
apodrecendo a cada dentada."
Macalé e Duda: Hotel das Estrelas.

Groelândio

Era tudo tão branco,
quando ele chegou;

E eu o olhei tão friamente,
cheguei a perfurar os descorados olhos dele.
...
Da mesma forma clara,
com que ele,
metralhou meu coração morfado;

Ele,
O esquimó.

Animar*

Animar
(Latim: Ani, a-menina que não na-da-va)
a-ni-mar
v.tr.

Ani foi pro mar,
morreu ali,
- a pobrezinha.
Cheia de sopa de sal na barriga.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Aqui doa-se amor

Ela espalhava amor:
por baixo dos lençóis de cetim brancos,
sobre os móveis empoeirados da sala de jantar,
no chão limpo com cheiro de madeira antiga,
pelas paredes desbotadas de cores transparentes,
por cima de perfeitos corpos rijos.

Ela não cedia, não emprestava, ela transbordava
AMOR!

Tempo, voa, não volta...

Tic-tac do relógio,
Minha vida em trailer de filme;
Os relógios de Dali escorrem,
por entre frestas de paredes desbotadas.

Meus olhos
- Abrem
Os ponteiros,
não se cansam.

Onde estão meus olhos?
As cores?
Os ponteiros?

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Apenas isso...

Gostaria apenas do toque do coração, de sorrir feito boba pela barriga, e não mais ser este vácuo humano, que me tornei, já não mais posso sentir meu coração, depois quea tu partistes peor aquela porta branca, meio translúcida, e não mais voltou...
e tu que dizias que eu era forte e soberana... bobagem. Veja só quem é o forte: você, esta bem, tens novo trabalho, nova vida, nova mulher, novos amigos, até mesmo uma parte pequenina de ti chegando, e eu? Eu nada tenho de novo senão alguns quilos a mais... sou apenas ruinas falidas de meu ser, nem mesmo sei o que eu sou.

Você que era assim, meio calado, quando sorria ou me olhava, teus olhos eram tão cheios de perguntas e dúvidas, tão cheio de vazios que nunca soube porque, teus olhos silenciados me cortavam ao meio, por isso te deixei sair pela porta branca-translucida, por isso, não corri como um foguete atras de você. Eu me achava incapaz, e teu silêncio me matava aos poucos,  fui perdendo toda a força que você achava que eu tinha, e nunca tive!

E penso em você, não de forma continua, mas penso alguns dias... as vezes sonho, as vezes não sei dizer o que é sonho ou devaneio... e penso que tu esta se enganando mais uma vez, e desistiu da tua liberdade, assim como se tivesse mais uma vez caido na tocaia que te deixa magoado, preso ou sufocado; As vezes acho que tu podes ter entendido a dividir e ser feliz assim, e esta sim feliz e completo. Quando penso em ti, na segunda opção, sorrio por dentro, pois tudo que me importa é que tu estejas bem, assim sorrio pensando em ti sorrindo!
Você correu, e escorreu, bateu a misera porta branca, e entrou em outra porta, seguiu outro caminho, e eu fiquei ali no abismo de nossas vidas falidas, no mesmo lugar, você avançou e eu fiquei  ali paralizada como um cadaver, no mesmo canto. 

"...Sei com medo o que trouxe você aqui foi esse meu jeito de ir vivendo como quem pula poças de lama, sem cair nelas, mas sei agora que esse jeito despeaça. ... Sou só poeira, me espalho em grãos invisíveis pelos quatro cantosdo quarto. Fico noite, fico dia." (Caio F. Abreu)

Não fui eu capaz de realizar teus sonhos, e tinhamos tantos...nos dois não fomos capazes, porque não eramos pra ser, simples assim. Já não adiantava mais lutar por nada, já tinhamos nos dois destruido nosso castelo; Já não era mais explosivo como nossa primeira vez... ou até mesmo como no topo da duna de areia, pertinho da lua...

Em minha volta meu próprio caos, perto de ti a paz...estranho...estranho... Tome você conta de ti e de tua família, não erre com os mesmos erros, não te culpes, não te destrua, não te arranque pedaços, você não tem culpa de meu caos, ele sempre existiu, só era mais equilibrado com tua paz.

Esta perto de ti é sentir-me abraçada, teus olhos são confortantes como um cobertor limpinho em dias frios...

Eu não tenho medo de tentar, não tenho medo de cair, não tenho medo de você, não tenho medo do mundo, tão pouco de correr riscos, ou da morte, mas tenho medo da areia movediça que sou. Sou eu, o meu próprio medo.

"... desaprendi de ver sozinho e agora que tudo perdeu a magia, se magia houve, e havia e não consigo mais ver... já começou a devastação,olhos perdidos, boca de baufrágio vermelho pesado sobre o escuro...olho tudo isso que vejo e não tem outra magia além dessa a de ser real, e vou dizendo lento, como quem tem medo de quebrar a rija perfeição das coisas... e vou dizendo louco, e vou dizendo longo e sem pausa- gosto muito de você gosto muito de você gosto muito de você." (Caio F. Abreu)

Não te culpes por minha dor, tão pouco por meu fracasso! Se queiras, te explico, te explico quantas vezes quizeres: é só carência, de ter quatro pernas ao dormir; de ter quem cheirar sobre os lencóis, corpos entrelaçados; de trocar lençol sujos de amor; de acordar sendo olhada; de fazer jantar a luz de velas, mesmo ainda quando odeio cozinhar: - eu não odiava; de sorrir por nada; de voltar pra casa sabendo que alguém me espera; de mãos dadas; de beijar com o coração disparando; de tremer; de cuidar; enfim de não ser sozinha.

Por enquanto vou te procurando no alheio, e um dia quando eu cansar de te procurar, esse a quem espero poderá chegar...ou não, ja ouvi alguém falando que o amor não é para todos.

domingo, 31 de outubro de 2010

um domingo qualquer

meus pensamentos rodopiam em teu cheiro
buscando teu gosto quase incolor em mim;
suspiro!
meu olhar está seco, como o deserto onde tu vives!

te bebo;
te respiro;
te dispo:

e me dou de presente na bandeija,
assim como um leitão natalino,
bronzeado com a maça na boca!

domingo, 24 de outubro de 2010

DES

DESamor:
DESmoronamento de meu ser
DESerdado pela vida

DESpido por você
DEScuidado por mim
DESvairado como eu:
DESfaz!

metade de mim: você!

http://peisanng.com/portfolio/matches-passion/


Meio silêncio;
Meia paz;
Meio caos;
Meio medo;
Meia verdade;
Meias palavras;
Meio beijo;
Meio juntos;
Meio amor;
Meio coração;
Meio você;
Meio eu:
partindo ao
MEIO!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

minhas cores morreram

Hoje & ontem andam de mãos dadas, e mais uma vez por mim não dormidos... eu abracava "fred", que de tão pequeno escorria pelos meus braços, hoje joguei fred para ser morida de tofu! 
Sim! Tenho vergonha de ser demente como sou; demente ondea toda hora que me aproximam vito piada e todos brincam com meus sentimentos, quando não correm com medo deles, evaporam assim como agua fervida na panela, sobem e misturam-se no ar, sem fazer barulho.... simples assim: somem!

E foi assim que acordei com a queda de meu Império! Coisas fortes e avassaladoras, acontecem para pessoas mediocres, como você! Queria ser outro, queria não ser!

"... e se lúcidos nos reconhecíamos precarios, caretes,incompletos... Derramar de ternura do vazio de minhas mãos, meus olhos quase verdes de tanto amor recusado,emoções informuladas pelo silêncio de noturna precisão." (caio)

Minhas cores morreram hoje quando acordei pela décima vez, fiquei pálida, sem cor, sem vida alguma... mais uma vez deixei que me cortassem ao meio, que arrancassem do meu peito meu coração golpeado. Enquanto isso, eu chorrava e o observava esmaga-lo com os pés sujos de lama... Ali estava, morto: meu coração, como se fosse um mizero cigarro apagado na calçada.

Não quero mais gritar a dor de sentir dor! Não quero mais deixar-me ferida dessa forma! Não quero mais sentir! Queria sim, ser uma pedra, e viver inerte na natureza!

Uma pedra, apenas uma pedra, de qualquer cor, de qualquer forma, de qualquer tamanho, desde que uma pedra!

Uma pedra não sente dor, não é ferida:
nem mesmo quando lançada, nem mesmo quando pisada.

Continuaria ali, sendo nada mais que uma pedra, sem sentimentos, sem doer, sem chorar vermelho, sem feridas, sem cicatrizes; Pura de maldades, pura de desejos: não fere, não ama, não doí! 
Uma pedra, não lamenta dor, não transpira vontades, não espera por alguém, parece ser um sabio, não sente, e é apenas: uma pedra!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

caiobranco

let the right one in


cobra não tem ouvido, mas lingua de cobra quer recitar poesias
poesias de teu ser, por mim desenhado;
cobra também não tem braços, mas lingua de cobra passeia em morros
morros de areias, são dois, os morros meus.

me abraça sem pensares:
nem mesmo 15 minutos,
nem mesmo me prenderás entre quatro paredes brancas

era uma cobra branca,
assim como um sonho branco,
uma poesia branca.

a noite cai a neve,
o lábio da cobra,
sobre meus lençóis brancos,
parece noite de neve branca;
- faz-se um terremoto no japão!
te sonho banhado em branco;
era apanas sonho,
olhos de cobra,
luz branca em face branca,
lágrimas e soluços brancos;
eis que então viro pro lado:
abraço, caio, durmo...
acordo branco!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Olhos vermelhos

Imagem: Ray Caesar
Eu não quero mais ser alguém má,
afastando amores como espinhos afiados...

Eu não quero mais doer alguém gostado,
derretendo doces corações de chocolate branco ...

Eu não quero mais que esse monstro que vive em mim,
tome conta de meu espírito perturbado...

Eu não quero mais que minha língua -
mais brilhante que espada em campo de batalha-
reflita o sangue de meu príncipe amado...

Ele luta por mim, ele agora tem medo:
ele se trancou em algum lugar...
- eu ja não mais posso vê-lo, mas ouso seus soluços abafados.

Imagem: Ray Caesar


Eu não quero mais ser covarde e ter medo de amar!
- mereço trocas de mãos, que não sejam minhas duas, fingindo ser quatro.

Eu não quero mais ninguém me chorando vermelho!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

eu e voce nao somos hoje nos nao seremos amanha

photographs by Margaret M. de Lange


Abri a porta te procurando e achei o vazio somos
Você e eu um silêncio escuro e vazio nos não somos
Mais desculpe meu amor mas corri muito e cheguei
Na frente nos desencontramos e por isso não somos
Voce não conseguiu correr como um coelho porém não
Se culpe meu amor nasço & cresço rapido 
Ninguém me acompanha ando só como nasci só uma
E tenho sede se ninguém me rega morro rapidamente
Sou frágil e rara e você não regou nosso amor e
Ele morreu de sede.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Livros:

Clarice,
Benjamin Moser, CosacNaify

A Loja dos Suicidas,

Jean Teulé, Ediouro


Tio Petros e a Conjuntura de Goldbach,


Apostolos Doxiadis, Editora 34


A Paixão Segundo G.H,

Clarice Lispector, Rocco

Esquimó,

Fabricio Corsaletti, Companhia das Letras

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Garimpando Hipóteses!

.Busco-te* : a ti, eu Busco*.

Há tempos, me dei conta, de que havia abandonado a mim mesma, minha amnesia, porém não me permite sequer devanear: onde deixei de viver? Quando esqueci aberta a portinha de minha gaiola  dourada e deixei minha alma voar para tão longe que já não mais posso senti-la?
Estara elá, em lugar desconhecido por meu corpo? Em que espelho perdi meu ser? Não sei como iniciou-se minha metamorfose oposta a de uma borboleta?

- Se alguém tiver um "lembrador", favor ceder!

Alfred Hitchcock's classic thriller, The Birds.

Tenho medo da paz, da tranquilidade, do neutro, do cinza, se estar num meio que não, um furacão!
Eu me auto-pertubo, me alto-desvio, pois não sei viver se não o caos!

Me agoniam contos de finais felizes! 
Sei que não são reais, e sim peças malignas de quebra-cabeças para, 
que se tornem, as pessoas estupidas:  
a espera de algo que não existe, algo ilusório! 

Sinto uma vontade revoltante riducularmente corrupta de me enganar a ser um desses personagens dos finais felizes para sempre: 
- Ele se olham, e suspiram, e a luz fecha até tudo escuro ficar... 
 - Para onde foram eles?

O fogo se não queimar, não é fogo.Um fogo verdadeiro, não pode ser morno, se não, não é fogo; 
Mas uma paixao é fogo e pode ser morna, é assim mesmo paixao? 
E o tal do amor? 
Se for real, se for eterno pode ele ser quente, frio e morno? 
Ele pode variar? 
Seria ele mutavel, assim como meu humor? 
Aonde estara você? 

Alfred Hitchcock's classic thriller, The Birds.

Eu te busco, ainda...

Busco-te: em meio de cegos nevoeiros empoeirados;
Busco-te: em terrenos alheios, sem lei;
Busco-te: em caminhos desencontrados por nós;
Busco-te: em longos sonhos alados estrelados,
Busco-te: em abiscos olhados errantes;
Busco-te: em temperos insossos;

- A ti, eu busco para que me sintas parte: de mim.
Meu amor: não tem cor, não tem gosto ou sabor algum....
...  por isso te invento, para que um dia reflita em desfrutar de tal sentimento,
Me entristeço porém, pois sei que tudo não passa de ilusão barata, de projeto nunca desenhado...
- Tu, não existes sequer dentro de meu coração!

      "Como no sonho, a "leogica era outra, era uma que não faz sentido quando, se acorda, pois a verdade maior do sonho se perde. 
       Mas lembra-te que tudo isso acontecia eu acordada e imobilizada pela luz do dia, e a verdade de um sonho estava se passado em a anestesia da noite. Dorme comigo acordado e so assim podereas saber do meu sono grande e saberas o que é o deserto vivo" (Lispector)


Minha esperança é te criar para que tu me firas, pois nunca vou decifrar tal labirinto que nos separa, parq que eu enfim possa ver teus olhos explodindo dentro dos meus...para que meu coracao e o teu segunrem as maos e dancemjuntos ate o fim dos tempos...

Queria acordar desta quimera que criei para que possas viver em um outro mundo, ainda que lá, eu acorde chorrando lágrimas encarnadas de sangue, eu consiga respirar; aqui neste mundo, o ar não me chega!

Me desperte! Por favor, me facas acordar! 
Me faças acreditar que tu não passa de uma fábula!
Me façaas aceitar tua inexistencia! 
- Sejas quem for, me belisque! Já não quero mais sonhar!
 
Já não posso mais viver a te esperar:
olhando através da janela palida caminhos distantes,
distantes como os oceanos,
distantes como o sol e a lua, como eu e você!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ser, ou não ser: o ser!

Ser, ou não ser: que questão?
De quando somos?

Tenho estranhamentos de seres que me jugam por minha carcaça, isso me detona, isso me foi posto nas costas desde que sou pequena! Que ploblemas poderia ter "aquela menina"? Eu sim, posso ter problemas, não "aquela menina", que motivos teria "ela" pra ser tal coisa? pra ser triste? pra ter sequer problemas? Não, ela jamais poderia ter algum. 

Não aguento mais ninguem jeremiando, caindo ao meu lado: B.A.S.T.A!
Quero ser um solitário, para que, assim possa um dia me reconfigurar!

Não seria por tanto cuidado, que não me cuido? 
Não seria por não ser tão bela assim, que  tento estrondear-me? 
alguém pode pensar nisso? 
Não seria para que alguem pudesse ver o que realmente sou?
Alguém pode saber que dentro de mim, mora um intruso que me ordena, que me frita o cérebro? Quanta expectativas teriam as pessoas de mim! Porque esperam tanto de um ser de tamanha falência? Porque vêem em mim caminhos que levam a lugares tão bonitos? Será que não percebem que tal lugar só me é destinado quando sou deixada sonhar?



Eu estou a um passo de tomar uma grande decisão em minha vida, talvés a maior de todas elas! Que ladainha! Decisão nenhuma! Isso tudo não fza sentido algum. A falta de sentido é querer encontrar problemas onde não ha! O depois não existe, e porque estaria eu querendo achar sentido no futuro irreal? 
- Que absurdo!

Sei, que agora não falo nada-com-nada, mas é assim que me encontro: desentendida e brigada com meu ser! Estou tentando me encontrar! Mas não pense o senhor, que será por imposição, ou discurso  arrogante seu, que mudarei de rumo a meu encontro! 
- Eu o farei, sozinha!
Sou egoista? Não, não sou! Eu consigo entender e aceitar tudo de quelquer um, e ainda assim sou egoista? porque aceito tudo ninguem aceita o fato de que eu seja? 

Desculpem-me se eu os desaponto, mas sim: tenho gosto pelo estranho, tenho conciencia de meus atos, tenho atração por homens sensíveis, tenho sede de criar! E depois, tenho a mesma sede para destruir! Tenho fascinio por coisas sombrias! Embora seja eu uma luz, que esta prestes a queimar!
Eu sou assim! E isso não é o que me pesa ou me leva ao desmoronamento, e sim as espectativas, e intrusões de outros seres em meu caminho!

Se sou ao avesso, nem mesmo isso posso ser? E o que vim fazer neste mundo por acaso? Viver interpretando papeis ecolhidos por meus "diretores"? Ou ser apenas um fantoche?

Não consegues ver o quão frágil sou? 
Não consegues ver que não preciso de gritos ou palavras, 
apenas do silêncio? Não ves que quando te empuro, 
o que mais queria era que tu me apertasse em teus braços?
Você não consegue ver isso?
Não se pergunte,
Invada minha alma,
derrube minha porta,
e me ponha pra dormir!


domingo, 12 de setembro de 2010

A procura de Grandes Hematomas não decifrados!

Tenho eu, que encontrar minhas pegadas; Pisadas em caminhos tortos que desconheço e desencontro "meu ser", não sido...Estar á um passo de encontrar quem realmente sou, é um grande enigma, uma indecifrável conjuntura matemática jamais solucionada...

Desde que, vi que não sou, uma só, e sim pedaços fragmentados de meu ser: caindo como folhas de uma árvore não verde, em tarde qualquer, de um outono não lembrado. Não consigo ser uma linha reta, sequer visível, talvez ilusória... deve ser por isso que tu, não consigas decifrar-me, por ser assim, tantas "eus".
Facebook found picture (?)    
E assim, a cada noite não dormida, ao "acordar" penso no que serei hoje! Que fantasia irei vestir? Serei eu mariposa ou borboleta? O que faço aqui perdida neste mundo tão imenso, tão cheio, tão rico, e ao mesmo tempo tão medíocre? Não consigo entender pessoas que acordam como nos comerciais de margarina, embora, confesso que as vezes, acordo assim! Raramente!

Não, não é facil ser tantos pedaços dentro de um só corpo, que segura uma cabeça mal domada que viaja léguas a cada segundo abracada a uma mente, que assim como o tal do tempo: não para! Quem tera sido o inventor do tempo? Porque o contamos? 

Não paro de questionar, não paro de me perder, não paro de tentar entender o que sou, quem sou, e porque sou?! Será que de fato existo? Ou sou eu, apenas um longo sonho? Ou devaneios de um outro ser? O que é real? Meu real e seu real são os mesmo reais? a mesma moeda? ou sou eu moeda gringa? ou sou eu moeda nula? Não! é tudo ilusório!

E se vão for tudo isso, como um cenário de filme jamais filmado, sinto-me ainda mais perdida, ao ponto de ser quase "não-sentida". O que realmente estou a procurar: uma âncora? ou asas? Não consigo responder...

"Eu era a imagem oq ue eu nnao era, e essa imagem do não-ser me cumulava toda: um dos modos mais fortes é ser negativamente. Como eu não sabia o que eu era, então "não-ser" era minha maior aproximação da verdade, pelo menos eu tinha o lado avesso: eu pelo menos tinha o "não", tinha meu oposto." (Lispector)

Não tenho eu, fome alguma de viver, pois não encontro sequer o porque de minha existência, não sou nada, mas respiro? Alguém pode me responder: porque me jogaram no mundo? Se vim ao mundo para encontrar-me, cavo aqui minha cova, minha própria tragédia... Não sou eu, o que os outros veem de mim, sequer chego perto de ser! Pelo menos isso sei: não sou! Porque sou assim vista, ser belo e forte e não assim vivida?

Meu retrato não reflete abismo algum! Somente se conseguirem ler-me por dentro.... pois aca sou um fórfex desmedido... meu silêncio é por mim gritado, em palavras mal escritas, presas e  roucas que lutam como gladiadores para sair de minha garganta arranhada, mas não saem, não vencem, são  apenas derrotados de guerra, não falo, silencio, e tento vomitar pelos dedos... é mais facil... mesmo sendo escritos tortos, como poderiam ser diferentes?

Sim! Quero a vida, mas esta escorrega de mim, a cada vez que tento toca-la. "Não minto para formar verdades falsas"; nunca poderia, se pudesse seria mais fácil! Mas desconheço minha verdade, sequer sei se esta é por mim possuida. Já não mais posso suportar, não saber o que sou, quem sou, por tanto diversos que me transformo a cada movimento dado, a cada passo pisado por ponteiros do relógio; Em uma hora poderia ser várias fantasias de um só carnaval!

Tentem me informar poque sou eu, fugitiva de minha própria alma? Porque tantos porques? Porque fico tentando entender, ou apenas encontrar onde todo esse caos teve início? Em que espelho me olhei e deparei-me com esse ser vazio? Em que espelho foi perdida minha alma?

ps: sei que meus textos são repetições chatas, dos mesmos, mas preciso compreender para sair daqui!

domingo, 5 de setembro de 2010

Respondendo a pergunta de Castores e Libelulas, da noite de ontem....

Minha busca ao "não-sei-o-que" me fere, como a mais poderosa das adagas perfurando meu coração... Lentamente, torno meu ser, cada vez mais ermo, decadente de sentimentos decentes.  
Já não mais posso ser, já não mais posso acreditar num outrem, já não mais durmo, assim não posso  sonhar com o amanhã...
- o amanhã existe?
Foto: André Katopodis & Zee Nunes

Já não mais sei, o que é real ou "não-real", nesta desordem de idéias que se fundem aqui dentro de mim!

Se tu, nunca fostes, como podes ter voltado a ser? Eu, já não mais quero ser, o que sempre fui... ou que que tenho me tornado... me fiz, me trasformei, e não consigo dar-me-a identificção á este ser não sido!

Seria esta, a causa de toda minha desordem mental? Por não ter jogado no lixo, e sim perdido, aquilo que já não mais era necessário para mim?

Seres humanos, não evoluídos, ou medíocres como minha carcaça, tendem a não aceitar perder...
Embora seja eu, autora, culpada, e conhecedora consiente de que perdi. assumo! Perdi o "algo que já não mais tinha valor"...Não me lembro o dia, ou onde "o" perdi, não adianta, não importa o quanto me esforce ou tente lembrar-me, onde perdi "o grampo"...  desde então, tenho medo da vida, tenho medo de minha própria respiração!

Presa neste abismo, por mim criado, sempre estarei, pois não consigo encaixar-me  no quebra-cabeça deste mundo morfado... as vezes, acho que poderia ser tantos "eus" desavindos, ao mesmo tempo, que me assusta, ser quem sou. Eu não me aguento, eu só: já me basta!

Foto: André Katopodis & Zee Nunes

"Fico tão assustada quando percebo que durante horas perdi minha formação humana. Não sei se terei uma outra para subistituir a perdida." (Lispector)

Agora, assim como você, caminho como uma barata tonta, sem saber onde ir, perdida em um labirinto ambíguo... já não mais sei que caminho seguir, ou se devo seguir, já não consigo encontrar saida alguma que me faça poder respirar o ar deste mundo; O ar, doí quando entra em mim, ele me fere, ele peverte o pouco que resta dentro de mim.

E deve ter sido, de fato, por pura covardia de me aproximar dos outros mortais, que te criei! 
Te criei para ser minha assombração;
Te criei, querendo acreditar que tu podes ser real; 
Te criei para que tu sejas meus pesadelos; 
- e tu, não passas de uma desordem de meus devaneios falidos.
Te criei para me confundir;
Te criei para me isolar do mundo;
Te criei, pois ser que tu não é possível;
Te criei para me machucar
- e tu, vais mais fundo, trazendo dores insuportáveis.
Te criei, para me perder, e jamais poder encontrar-me.

Foto: André Katopodis & Zee Nunes
Admito meus erros! Assumo: joguei minha alma ancorada ao abismo... e tento pensar, se haveria sequer alguma forma de resgata-la!? Mas nem mesmo, sei se a quero de volta... Não posso ser, sem você, e tu não es real, então não sou!

"Estou tão assustada que só poderei aceitar que me perdi se imaginar que alguém me está dando a mão." (Lispector)

Acredito que desisti de ser, desisti de viver, desisti de acreditar, logo eu! Que era alguém, digamos assim: tão forte, marcante e sonhadora... Agora, não mais. Sou eu, apenas alguém que odeia a palavra "esperança"; não odeio porém o inseto verde chamado pelo mesmo nome!

E foi, desde que percebi que perdi, o "algo" que já não mais precisava, que te criei, e me atirei ao caos... para pensar que juntos seremos o paraiso, apenas, juntos. O paraíso, é exato o que não quero, porque ele não existe sem você, e você não existe! E aca estou novamente tão perdida, pois só, não vou a lugar algum, pois só não existo, não sou!

Sim, sou eu aos pedaços, vários pedacinhos, posso ver cada um deles: uns voando longe, uns desabando ao lado, uns apodrecendo por dentro... Eles, meus pedaços, foram por mim cortados para te procurar. Me dilacerei em varios pedaços e os joguei ao mundo, em busca de ti! E agora, sou eu, um alguém imcompleto, as vezes vazia, as vezes transbordando, as vezes em metades: me matei para te encontrar.

"Desamparada, eu te entrego tudo - ... 
- Por te falar eu te assustarei e te perderei? ... 
e por me perder eu te perderia." 
(Lispector)

 Pouco me importa, se jamais te encontrar... essa verdade é mentirosa, sou carente, mas tenho medo do mundo. Sei pronunciar bobagens, e fazer pessoas rirem, mas não sei rir! Não sei enfrentar o mundo, é mais fácil, o criar, como uma história inventada, cheia de ilusões, uma mentira ... é sofrido, posso asseverar, mas, acredite em mim, é mais fácil "viver" no irreal, pois não caibo neste mundo. 

Nenhum amor é tão grande para me completar, nenhum! Nem mesmo sei se sou conhecedora deste sentimento: o tal do amor... Tal sentimento dissentido, me causa ânsia de vômitos! Eu quero sentir, o que mais tenho medo: o amor! 

Ao que me é possivel "ver", so poderei ter tal sentimento, quando por fim, ver que tu és real, e puder segurar-te as mãos, ou seja, não sou eu um alguém merecedor de tal sentimento, de tal palavra! Não! Não sou um alguém desamado, e quiçá por ter recebido tanto amor, não sou capaz de senti-lo, ou simplismente da-lo de presente a alguém... assim como uma caixinha de bombons!

Assim te criei para que eu viva, para que tenha um porque, como um enigma. Viver uma não realidade, mas uma mentira minha! E assim, que ao perder o que não mais me era essencial, ganhei o caos, e te criei. Sim! Sou a covardia disfarçada em menina-mulher!

Quando já não vejo como encontrar-me, quando me deixo ser tomada pela desordem, é mais fácil fugir, é mais fácil não querer ver, é mais fácil me enterrar num buraco e viver, assim como vivem as topeiras. Não, ninguém pode me dar, não necessito de luz alguma! A luz me fere as corneas. Melhor mesmo que eu aceite "viver" presa e muda, apenas esperando o impossível: que tu venhas ao meu encontro, mesmo que este seja em sonhos!

Foto: André Katopodis & Zee Nunes
"Eu me pergunto: se eu olhar a escuridão com uma lente, verei mais que a escuridão?" (Lispector)

Eu, diferente de ti, tardo meu despertar para a realidade, não os adio em palavras, sou "vomitadora" de palavras tortas. Sou covarde, invento mundos inesistentes, me calo, e vomito minhas angustias, meu medo de viver, em formas de letras distorcidas e silêncio!

O mundo me assusta! As pessoas reais me machucam, quando eu falo, elas não me entendem, o que sou elas não conseguem ver, ha se soubessem, quão covarde, eu sou. Sim, o maior dos pesadelos, não é nunca te encontrar, e sim encarar o mundo, e assim, criei um outro só pra mim. Não estou certa, nem convencida de que um dia terei coragem de "ligar o botão" e viver o horror do mundo verdadeiro. Tenho que admitir: o mundo tem coração, ele vive, por certo mais do que eu!

*ps: demorei a encontrar algum livro de dona Lispector, mas sabia que, como todos os meus livros são riscados e grifados, encontraria em algum, frases que complementassem meu texto! Ha se eu pudesse trocar pensamentos com dona Clarice, por certo, poderiamos nos entender, ou nos perdermos ainda mais!

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Já é intenso, tempo! se mate!

Hoje,
pela primeira vez em tanto tempo,
não quero ver a noite adormecendo,
para nascer o amanhã
...
Hoje,
meu corpo inverteu-se:
do estado sólido para o líquido,
"ebulindo" meu ser, até a evaporação!
 ...
Hoje,
meus mamilos eriçam,
enquanto meu tronco lângido os conectam
a minha "caverninha" em erupção
...

- Ele me faz querer ser mulher!

Hoje, já basta!
O mundo poderia parar de girar.
Tempo, já podes descansar!


Agora,
ele adormece ao meu lado,
coberta apenas de ar,
ainda sinto, espasmos nossos
dentro de mim
...
Agora ,
eu apenas ouço sua respiração plácida,
e não controlo o tremor
de minhas pernas húmidas
sobre lençoes brancos-amarelados 
...
Agora,
o tempo,
corre veloz, não se cansa, não para
....

- Ele me faz querer ir além!

                         foto: http://serguei.com.br


Quero morrer todos os dias,
de insónias gémias a esta!
Ao teu lado já não anseio por meu sono
....
Oras,
do que estou falando?
o que faço agora aqui?
...
Não tenho mais tempo para frases tolas,
ou letras embaralhadas no negro da noite
...

Hoje, Agora:
quero apenas nadar em nossos gozos!
...

vou sim, te enlaçar com meus braços,
e emaranhar-minha'lma em tua!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

enquanto o mundo me come

enquanto o mundo me come eu perco a fome...
fome de comer, fome de ter, fome de viver...

nunca me olharam tanto,
ou nunca me dei conta disso
não sei...

variados são, os olhares fitam minha carcaça:
- o mundo me quer!
- o mundo quer que me dê

eles querem meu corpo, apenas isso...
eu não os concedo, eu não consigo, eu me indgino...

portanto anseio te encontrar, e se para isso for necessário,
eis que vou....
dar-me-ei de presente ao mundo!

Variety (1983) Movie Online

Variety (1983)
http://www.imdb.com/title/tt0090251/

deixarei que todos me revirem ao avesso,
que linguas sintam o sabor de minha pele,
que devorem meu corpo inteiro, 
mesmo que depois disso eu me sinta ainda mais vazia...

te buscarei em corpos desguarnecidos, 
te buscarei em  bocas ávidas,
te buscarei em  suores vencidos, 
te buscarei em  suspiros ouvidos,
te buscarei em olhares mesquinhos,
te buscarei em camas alheias...

enquanto não te alcançar-te, serei eu: a mais gélidas das temperaturas, a mais belas das estatuas, a mais ausência ali presente, estarei lá dispondo de meu corpo nu, sem alma alguma, ali serei eu-não-eu, algofila de meu ser usado por todos.


deixarei que me susurrem mentiras em meus ouvidos, 
enquanto eu me torno cada vez mais de ninguem, 
senão tua!

te diligenciarei, enloquecida assim, como sou, pois tu, foste feito somente para mim!
mudei o botão de me apaixonar e me fuder te procurando,
agora vou deixar que me abusem e quem sabe um dia caio por acidente em teus braços!

desbloqueio-me de vez,
desfaco-me de meu ser não sido,
descodifico todos os misterios contidos,
descontraio sendo a mais contraida,
desconfio do amor não cedido,
desmorono em terreno maldito.


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

today your love, tomorrow the world!


como se todos os problemas, fossem bolhas de sabão explodidos no ar;
como se seu corpo, desaflorasse como as cerejeiras de abril;
como se sua realidade, concretizasse em sonho jamais despertado;

- ela, no eterno, não crê ... 

aqueloutro momento, aqueloutra consciência íntima, aquelouro encanto, não volta! estes se foram, se diluíram, ele, o sentimento jamais poderá ser vivido novamente: ele é único, ou melhor, era, ele morto está. 

como se não extinto, fosse o amanha;
como se aquelas duas almas da madrugada passada, não fossem duas, mas uma só;
como se aqueles suspiros embreagassem em nosso odor,

no dia anterior ao de hoje: não roubei alma alguma, e sim, encontrei a minha desaparecida, entrelaçada em respirações ávidas e veementes.

ontem, foi um dia que amanheceu no hoje, ontem foi um dia que não mais será...
ontem, é similar á sentimentos espasmos, ontem dentro de mim, permanecerá.

como se meu pescoço fosse tua comida preferida;
como se tua barba aluísse toda minha estrutura sida;
como se o toque de nossos corpos nus: o pior dos terremotos!

yesterday's gone, today's now, tomorrow never ends!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

embolos...

a que dar-se-a o fato de vomitar palavas?
quando, pra ti abro porta minha: nua, diluida, ainda pura

á ti entrego meu maior precioso tesouro:
entrego minha pele;
entrego todos exageros meus;
entrego meu néctar liquido;
entrego meus devaneios secretos;
entrego loucura desmedida;
entrego minha vontade faminta;
entrego todo o meu ser, não sido.

mas neste embustro, já cai,
bem sei como desvia-lo...
não ha culpado algum nesta fábula...

tu ás um prisioneiro  minguado,
anulado em calabouço inquebravel,
uma eterna solitária.















Banksy



- pobre de ti, um homem de tão convincente de verdades!
 acabar assim! pobre de ti!

se sonhas tu, que possas ser eu, libertadora tua,
- não ouse...
nem pouco tenho forcas concretas para erguer uma formiga.

refugia-mo, pois bem sei onde devo seguir,
um lugar distante de ti,
aqui, somente eu, em espasmos de ti.

sábado, 31 de julho de 2010

presente da noite

um poema mandado, 
uma herança doada, 
uma dor de perda, 
um pedaço arrancado, 
um buraco sentido,  
em um ser falido!

(Karl Persson)

" tehno (tenho) minha pintura pra e3spancar (espancar) pondo a maio (mão) no bolso,da minha única calça,que esta se desfazensdo (desfazendo)
caminhando no inferno
a boemia dos grandes
espiritos livres
cagando pros covardes,de vida presa poe cabrestos da sociedade
criando ,criando,criandpo (criando)
alucinadamente
seja obssesiva com sua arte manuscrito
a vida e )um estalo de dedos
ja na o te amo (já não te amo?)
nao curto seus preconceitos
voce nao e cabeleleleira
voce e poeta,porra" VBR*

domingo, 25 de julho de 2010

o pouco

Hoje, no chuveiro...

...olhei quantas gotas caiam em cima do meu corpo, e pensei que eram muitas...
... a pouco, achava pouco, o que me davam... e abandonei o pouco, pq o que para mim era pouco,
 - para ele não...
pronto: é pouco! muito pouco, chega a ser quase que microscópico!
 E, assim, começei a pensar, o que seria o "pouco"!

pouco é pequeno? ou é tipo algo não suficiente? mas e como medimos o pouco? da pra medir? porque minha mae, come pouco, pouquiiiiiiisssiiiiiimo, mas ela se acha estufada, pra mim,  é pouco, pra ela não... A pobre da tartaruga tem que viver mais de 100 anos, isso eu não acho pouco, mas meu avô acha pouco, que se ele me fala, que, se pudesse gostaria de viver por 300 anos, isso que é gostar de viver! E em relação ao dinheiro? parece que quanto mais se ganha, mas se gasta e sempre o achamos pouco... até mesmo pessoas que tem barcos, as vezes acham que tem pouco dinheio... mas e eu que tenho que calcular quantas vezes posso "comer fora" *, nem acho que ganho tão pouco assim! 
Vai entender...


O que sempre me dão que acho pouco é o amor... queria ser menos intensa, ou encontrar alguem mais louco do que eu, mas ai, sera que eu não ia me sentir sufocada, de tanto amor?
Eu também, não sou nada fácil: se me dão eu acho pouco, mas tenho medo de que alguem me de muito... isso significa que eu não quero amor?

* coisas que acho pouco:
- quantidade de comida na minha geladeira, quantidade de homens que beijei na vida (tenho 30 anos e consigo contar nos dedos que tenho quantos homens beijei, é pouco), número de vezes que vejo meus avós, quantidade de vezes que lavo meus cabelos,  horas que passo fazendo exercícios (acho que deveria apagar isso aqui, pois esta é nula), o quanto sou amiga do meu pai, a quantidade de vezes que falo e/ou vejo minha melhor amiga, o numero de lugares que estive, a quantidades de manhas que acordo de bom humor, as pessoas que conheco que "prestam" ou tem valor algum, as pessoas que me entendem, a quantidade de água que bebo na semana...


* coisas que não acho pouco:
- o numero de pessoas que nada tem no mundo, o tanto de comida que como, o tanto de vezes que reclamo da vida e mudo de opinião, o tanto que penso, o tanto que posso amar e ser louca, o tanto que sou louca, o numero de dias que não quero levantar da minha cama, o tanto que bebo (álcool), a quantidades de drogas que existem no mundo(pois nem deviam existir), o quanto fico sem ar, a quantidade de vezes que fico na internet,o numero de vezes que volto do meio do caminho para ver se fechei mesmo a porta de casa, o número de animais que tem na casa de meu pai, a quantidades de ligações que minha mãe me faz em 24hs, o tanto de água que não bebo e que ainda assim gasto, os valores de: lavar um carro, dar banho no cachorro, ou comer em um restaurante, os dias de sangue que saem de dentro de mim todo mês, a quantidade de horas que fico dentro do carro, a poluição da cidade onde vivo...

- poderia passar o dia listando coisas poucas, e não pouco, mas acho um POUCO chato demais!

domingo, 27 de junho de 2010

quando o número 1, "são" varios....

1 x 1 = 1
11 x 11 = 121
111 x 111 = 12321
1111 x 1111 = 1234321
11111 x 11111 = 123454321
111111 x 111111 = 12345654321
1111111 x 1111111 = 1234567654321
11111111 x 11111111 = 123456787654321
111111111 x 111111111 = 12345678987654321

sábado, 29 de maio de 2010

transformada por uma tv ligada!



grilheta bipolar adornada de libambo polido!
não suporto ruidos televisivos!
já não me bastam meus eternos gritos prendidos?

domingo, 18 de abril de 2010

a partida!

 art: brian walker

depois de partir,
como encontrar o caminho de volta?
meu ser padecido,
parece andar em círculos;
circulos sem fim,
sem meio, sem começo...

tento enocontrar "ser"
neste breu que é meu viver:
decomposto, desmiolado, dilacerado!


não pertenço aqui
nao me sinto...

se me sinto, sou falida de alma minha,
se me sinto, sou mulher morta.

á morte, não a receio...
quem sabe é algo melhor que a vida?

não sabemos onde iremos parar,
ou se é que iremos parar;
pode ser onde eu vá me encontrar... lá?

se é que há formula mágica alguma de juntar,
e ou encontrar um algo que já partiu....voou...debandou...

eu acho, que ja nasci partida!
e onde estariam partes outras minhas?

sexta-feira, 16 de abril de 2010

WOW!!!

 art: francoise nielly

WOW! Recebi hoje 2 presentes animais!!!! melhores do que flores...bem melhores...
QUANTA surpresa!
"A las tierras sin nombres y sin números bajaba el viento deste otros dominios,traia la lluvia hilos celeste, y el dios de los altares impregnados devolvia las flores crecía el tiempo..." (PN) 

Sim, FODAM-SE os covardes! amei & amp; morri! agora vou devora-los!!!!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

volte mente, não se revolte!

onde andara minha criação?
quem a raptou? 
ou robou-me a mente debilitada?

estará ela, de férias, 
repousando em algum lugar paradisíaco,
enquanto meus neuronios são fritados em frigideira de óleo fervido?

sinto o odor de meu cérebro tostado!

foto: http://th08.deviantart.net/fs19/300W/f/2007/260/0/d/Where_Is_My_Mind__by_Aiae.jpg

sinal de fumaça sai de meu cadáver vivido:
meus olhos cegados,
meu nariz pingado,
minha garganta rasgada,
minha mente ofuscada,
meu corpo dormido,
em ser meu falido.

ultimos livros


Forca Estranha: Nelson Motta, Suma de letras!


Elogio da Loucura, Erasmo de Rotterdam,L&PM Pocket, Tradução Paulo Neves

terça-feira, 13 de abril de 2010

a loucura

loucura maior seria
rencontrar minha alma
em um balde de água fria
...
que embebedasse meu ser ferido para sempre,
que roubasse-me o amargo da lingua,
que me transitasse normalmente,
no mundo dos extensivos mortais!

ô animal tacanho é meu ser:
dissimulado de tanta força e formosura,
mal compreendido por benfazejos vividos.

o que seria denominado a maior loucura
senão os sentimentos do coração?

um "que" insano,
disparado,não raciocinado,
atuado e não menos sofrido.

derramo então todas as desilusões,
ouvindo com atenção o tal orgão,
me curando dessa louca doença que é a paixão.

...

com uma asa so não se voa, e loucura não se atinge!
seguro em penas de todos os amados,
e se é sarau da loucura,
então que a maior loucura seja minha!

domingo, 28 de março de 2010

Menina tarja preta



Quando verde dos meus olhos se depararam;
Com caixinha assemelhada a veneno de rato:
em garrafa com logo de caveira: advertência!
Da mesma forma que eu, menina-tarja preta, de pensamentos sonhados, nunca realizado, sempre perambulando com olhos abertos no breu da noite e luz da lua.
Porque sou eu ser tão reverso?
 Paris Texas, Wim Wenders (1984)
Imagem minha externa estas sempre a lutar com meu intimo! Mente toscanejada, corpo dormente, suor evaporado, alma pardida.
Assim sou eu: uma tarja preta que nunca ajuda e só destrói, repelindo as mais belas de minhas utopias sonhadas  a dois olhos solitários, abertos e úmidos.
Chora e clama, meu coração esbulhado, a procura de uma algema, de um porto para ancorar meu ser  que destroçado está.
E não sou eu digna disto, repelente-menina, que quando acha conforto em um abraço seguro, derrete de medo, e vê o abraço se desfazer em meu corpo tremulo e vazio, virando as costas, afastando-se, cada vez para mais longe, ate que já não o veja, nem o sinta, somente sonhe com ele, enquanto a chuva cai de mim, alagando meu travesseiro.
Oh¡ Pobre de meu melancólico e ermo coração, ele ainda aguarda  o porto que o abrigue, mas nunca é avistado,  carregando a ancora em "suas mãos", a espera de que pare de sangrar; Ou corda rija que o aperte de tal forma para que ele asfixiado seja, até que já não mais bata em meu peito deturpado.

terça-feira, 23 de março de 2010

vacuo é meu ser

 minha alma cansada
precisa de um alguem como eu:
- em um outro alguém
não você que vira as costas para mim
o tempo inteiro.
cansei de correr como cavalo alado
te buscando em vão...
enquanto tu se escondes e escorre como água
por entre dedos meus...
as pessoas que esperam cansam e se magoam, sabias?



já desisti a tempos de pensar em sonhar com tua existência
- minha outra metade ( por mim inventada)
meu falido ser, deve ter sido feito:
para na frímbria reposar.

pobre de mim, eterna sonhadora
o que busco eu?
um tesouro não existido no fundo do mar?
um resgate de minha alma escapada de meu corpo aflito?
uma metadinha de mim?

como pode ser alguém, costituida de tamanha tolice!
essas "coisas" manuela, imaginadas e esperadas por ti,
somente reais são em contos de fadas!
- pare de ler!

                    art:brian walker

sábado, 20 de março de 2010

loucura sonhada, loucura roubada

elogia-me loucura!
pois me abraças como cobra de rio, 
tomando meu ar, 
estralando meus ossos,
até que diminuida eu seja,
ali, naquele canto
...
mas não me deixais ir:
apenas vindes a lenir
sofrimento reprimido.

me "desamordaça",
para que suba as margens
a tomar folego por ti roubado,
e então me dilacera,
novamente.


atormentada estou, 
atormentada eu sou!

queria eu ser uma flor de plastico

hoje... todos os meus poemas, os que em minha cuca-fudida, evaporaram como água na panela que ferve no fogão alheio!!!

cansei de ser pisada por seres, os quase humanos que amo! eu tambémquero me tornar uma pessoa má, egoísta e não melancolica...


obrigada pelas flores!

queria eu, ser apenas uma flor de plastico, pois segundo alguem disse: "as flores de plastico não morrem" ... então, provavelmente não sentem dor ou vomitam sangue!

ps: ao som de "eu sou uma lontrinha" nada poético, porém engraçado!

terça-feira, 16 de março de 2010

o ultimo lido:


Noites Brancas é uma obra do escritor Fidor Dostoiévski. O livro que mais aproxima Dostoiévski do romantismo, foi escrito em 1848, antes de sua prisão.


"Escute-me só por um momento! Perdoe-me se lhe digo mais uma coisa... É o seguinte: não posso deixar de aqui voltar amanhã. Sou um sonhador; a minha vida real tão reduzida que momentos como estes que agora vivo são para mim de tal modo preciosos que não poderei evitar de os reproduzir nos meus sonhos..."