domingo, 28 de março de 2010

Menina tarja preta



Quando verde dos meus olhos se depararam;
Com caixinha assemelhada a veneno de rato:
em garrafa com logo de caveira: advertência!
Da mesma forma que eu, menina-tarja preta, de pensamentos sonhados, nunca realizado, sempre perambulando com olhos abertos no breu da noite e luz da lua.
Porque sou eu ser tão reverso?
 Paris Texas, Wim Wenders (1984)
Imagem minha externa estas sempre a lutar com meu intimo! Mente toscanejada, corpo dormente, suor evaporado, alma pardida.
Assim sou eu: uma tarja preta que nunca ajuda e só destrói, repelindo as mais belas de minhas utopias sonhadas  a dois olhos solitários, abertos e úmidos.
Chora e clama, meu coração esbulhado, a procura de uma algema, de um porto para ancorar meu ser  que destroçado está.
E não sou eu digna disto, repelente-menina, que quando acha conforto em um abraço seguro, derrete de medo, e vê o abraço se desfazer em meu corpo tremulo e vazio, virando as costas, afastando-se, cada vez para mais longe, ate que já não o veja, nem o sinta, somente sonhe com ele, enquanto a chuva cai de mim, alagando meu travesseiro.
Oh¡ Pobre de meu melancólico e ermo coração, ele ainda aguarda  o porto que o abrigue, mas nunca é avistado,  carregando a ancora em "suas mãos", a espera de que pare de sangrar; Ou corda rija que o aperte de tal forma para que ele asfixiado seja, até que já não mais bata em meu peito deturpado.

terça-feira, 23 de março de 2010

vacuo é meu ser

 minha alma cansada
precisa de um alguem como eu:
- em um outro alguém
não você que vira as costas para mim
o tempo inteiro.
cansei de correr como cavalo alado
te buscando em vão...
enquanto tu se escondes e escorre como água
por entre dedos meus...
as pessoas que esperam cansam e se magoam, sabias?



já desisti a tempos de pensar em sonhar com tua existência
- minha outra metade ( por mim inventada)
meu falido ser, deve ter sido feito:
para na frímbria reposar.

pobre de mim, eterna sonhadora
o que busco eu?
um tesouro não existido no fundo do mar?
um resgate de minha alma escapada de meu corpo aflito?
uma metadinha de mim?

como pode ser alguém, costituida de tamanha tolice!
essas "coisas" manuela, imaginadas e esperadas por ti,
somente reais são em contos de fadas!
- pare de ler!

                    art:brian walker

sábado, 20 de março de 2010

loucura sonhada, loucura roubada

elogia-me loucura!
pois me abraças como cobra de rio, 
tomando meu ar, 
estralando meus ossos,
até que diminuida eu seja,
ali, naquele canto
...
mas não me deixais ir:
apenas vindes a lenir
sofrimento reprimido.

me "desamordaça",
para que suba as margens
a tomar folego por ti roubado,
e então me dilacera,
novamente.


atormentada estou, 
atormentada eu sou!

queria eu ser uma flor de plastico

hoje... todos os meus poemas, os que em minha cuca-fudida, evaporaram como água na panela que ferve no fogão alheio!!!

cansei de ser pisada por seres, os quase humanos que amo! eu tambémquero me tornar uma pessoa má, egoísta e não melancolica...


obrigada pelas flores!

queria eu, ser apenas uma flor de plastico, pois segundo alguem disse: "as flores de plastico não morrem" ... então, provavelmente não sentem dor ou vomitam sangue!

ps: ao som de "eu sou uma lontrinha" nada poético, porém engraçado!

terça-feira, 16 de março de 2010

o ultimo lido:


Noites Brancas é uma obra do escritor Fidor Dostoiévski. O livro que mais aproxima Dostoiévski do romantismo, foi escrito em 1848, antes de sua prisão.


"Escute-me só por um momento! Perdoe-me se lhe digo mais uma coisa... É o seguinte: não posso deixar de aqui voltar amanhã. Sou um sonhador; a minha vida real tão reduzida que momentos como estes que agora vivo são para mim de tal modo preciosos que não poderei evitar de os reproduzir nos meus sonhos..."

segunda-feira, 15 de março de 2010

O abismo

Sou eu,  a rosa, não corde-rosa, despetalada.
Aos redores de tumba minha, só florecem espinhos....
De meu tronco desmaiado,
me escore rubra dor...

Sendo eu uma rosa, não me caberia ter alma alguma.

E com meu par de olhos dignos de lástimas...
Observo apenas: O ABISMO

Se em gazebo não estivesse eu enterrada,
- Provavelmente, Chuva eu seria.

http://www.edrem.blogspot.com/

Ainda, estou a espera: me resgata deste mundo que me sangra tanto!

quinta-feira, 11 de março de 2010

A pírula do silêncio...

Acordei sonhando, como sempre anda cuca minha voadora...
De cafe-da-manha engoli a pírula-do-silêncio, e minha voz muda está,
de volta a era so silencio sou.

 "moi: boneca desalentada, que sangue chora"

Não sei como os mortais podem ver tal coquetismo em meu ser demente.
- um alguém que chorra, escorrendo pequenas porções por poros meus, em rubro. 
Brado violentamete, e por estes que me denominam forte, grito meu nunca é audível.

Queria caber-me em cafua de minha alma,
e sumir no céu explodindo como blolhas de sabão.





terça-feira, 9 de março de 2010

sonhando em branco...

costumava eu, a ser constante sonhadora...
mas foram tantos sonhos meus despetalados, que enfim, vieram a falecer.
agora sou eu, uma menina-moça, que vive como uma estátua posta em movimento, ou tenho razões para dizer que por pouco, quase codificada.


Imagem do filme: Noites Brancas (1957), de Luchino Visconti

derramada neste mundo catastrófico-claustrofóbico, que jamais, para donzela como eu fora feito.
- não sou concernente deste mundo!
- não caibo aqui!

um dia, quem sabe, acordarei de minhas idéias quiméricas, meus devaneios lunáticos, que nunca reais serão.
- como sou tola!

um dia, quem sabe, aprenderei, eu ser de alma debandada, passar os mundouros desta vida profana, pois ainda sonhando em branco estou!

sábado, 6 de março de 2010

o homem-rosa

a lua aparece no céu 
capaz de tudo esta noite,
onde pude ver meus orifícios do batoque
nos teus por mais uma vez
...
e sempre que meus fojos puderem para a lua olhar,
me recordarei de ti
...
 tens 1/4 de meu coração dilacerado,
e tu, nunca pense que isto não suficiente é,
pois te digo: que tenho com muitos que compartilhar,
minha falida afeição.

 
Foto do Filme Minha vida em cor de rosa- Ma Vie en Rose - Alain Berliner

mesmo que nos apartemos algum dia, um do outro,
para sempre teras 1/4 minha alma.
esta que clama, por ter te averiguado:
um ser tão especial que és.
e nuca saberia explicar, de que forma 
invadistes meu sangue, 
como um vírus incurável!

pois, de certa forma somos almas gemeas intricadas,
e nos complementamos um ao outro de forma anormal,
contrariando todas as regras!
vejo minha alma, carente e imoral como a tua,
que contrapõe cada regra adiante citada
...

que assim seja denomenado este sentimento que, eu por ti tenha.
se eu te libertei, de certa forma, tu tambem abristes meus verdes globulos lastimosos,
e somente por isso, e nada mais es digno de meu amor desmedido!

será que seriamos nós nascidos de um mesmo ventre
em tempo distintos?
ou seriamos nós, idênticos devolvidos em mesmo instante
a este mundo estério?

quinta-feira, 4 de março de 2010

BELA!

Em resposta Bela,
te digo que o tal inquerito que te atravesou a alma,
também a minha rasgou, elas andam:
as duas, de mãos dadas,
e quando, por fim, frente a um espelho se encontram:
via-se duas, mas sem diferença alguma.
assim eram a minha e tua atravessadas almas gemeas.

sim, somos eu e tu atraidas e traidas,
em série ininterrupta e eterna de instantes.
já que este tal fulano:
o tempo, não para de andar.

assim derramamos água pelos olhos brilhantes,
assim sentimos uma corda matar corações nossos,
assim somos traidas pelo mundo que não nos permite.
por assim de sermos nos tão diferentes?
pq assim somos? pq somos assim?

cofres são descodificados quando almas cúmplices acopladas estão,
se explodem, misturando tudo quando o amor é assim descoberto:
e fogos de artifícios explodem assim como voam borboletas em nossas barrigas.
segredos, assim não precisam revalados ser, ou ter sido, ou explicito, quem dirá explicado!
vemos uma alma a outra, vemos o dentro, não vemos através dos olhos:
nossas almas se veem antes mesmo que possamos olharmos por nossos 4 olhos.


 
ilustração carol shimeji


desconhecida somos nós,
pobres almas desalentas jogadas neste mundo perdido.
desvalorizados são os que não conseguem ver:
o valor que Bela tem, o quão grande Bela pode ser

nem todas as perguntas tem respostas,
nem todas as respostas vem de perguntas,
nossas bocas por demasiado falam:
pois não somos covardes
pois não somos opacas
pois não temos nada a esconder
pois não poderiamos ser nunca, se não: Belas Almas

coladas estamos e não sei se amanha estaremos,
mas de fato, nossos corações para sempre costurados estão.
tu te refletes em mim, como eu em ti,
nada precisas me revelar, pois eu, sim, posso sentir:
tua alma, descansar do lado da minha.

ontem mesmo tinha eu escrito que todo meu corpo vê,
meus olhos porém, nada veem.
córnia minha, não tem sentido algum,
para meu pobre corpo falido
eu, com o gelo sempre estou abraçada,
mas não me espanta isso, pois meu corpo é eterno dormido.

se tu caminhas pela escuridão, e tens medos
ou questões aflitas,
ou se sentes a desgraçada solidão te abracar?
solução te dou, pois alma minha beija a tua
iluminando nosso caminho.
agora que nos encontramos, de nada temos que temer:
pois este nó de marinheiro, uma vez dado jamais desfeito será
e vazio nenhum faz-se tão copioso.
tudo tem soluçõo se temos nossas almas unidas,
solução, somente para a morte que não!

mas quando hora minha chegar,
e a morte me cobrir com um manto de flores,
esperarei Alma Bela chegar ao mesmo lugar onde estarei,
para que novamente nos vejamos identicas almas, 
através do espelho do céu!

quarta-feira, 3 de março de 2010

simplismente oca!?!


Já não mais tenho inspiração alguma:
- Minha imaginação pegou um foguete, e no espaço desapareceu!

 
foto: Alison Brady


DESPEDIDA

Minha inspiração voou com tua ausência.
Tua denuncia calou-me a boca.
Seus escritos, não mais são lidos por meus olhos!
Tudo em meu corpo pode vê, somente meus olhos que não.

Meus pensamentos, não os encontro,
e se por acaso os encontres, 
ponha-os em um envelope rosa, e os despache pelo correio...

Agora já posso fechar meus os olhos sem norte.
Sonhos ainda não os tenho.
E nada por nada mais anseio... 

até que um raio caia abruptamente sobre minha cabeça oca, 
e novamente ugue minha insonia "eterna"
-também fugida com tua falta de comparência-
fazendo-me flutuar, 
ou derreter meu coração-mendigado no meio da noite:
Vomitando palavras dislexas para o ינפאַנאַט*
...
O vácuo, é tudo que pode ser comparado a minha voz secreta.

* Infinito = ינפאַנאַט

terça-feira, 2 de março de 2010

livros lidos

 

Bertrand Russell: What I Believe (Kindle Edition)

  

Nilton Bonder: A Alma Imoral (Rocco)