terça-feira, 19 de outubro de 2010

caiobranco

let the right one in


cobra não tem ouvido, mas lingua de cobra quer recitar poesias
poesias de teu ser, por mim desenhado;
cobra também não tem braços, mas lingua de cobra passeia em morros
morros de areias, são dois, os morros meus.

me abraça sem pensares:
nem mesmo 15 minutos,
nem mesmo me prenderás entre quatro paredes brancas

era uma cobra branca,
assim como um sonho branco,
uma poesia branca.

a noite cai a neve,
o lábio da cobra,
sobre meus lençóis brancos,
parece noite de neve branca;
- faz-se um terremoto no japão!
te sonho banhado em branco;
era apanas sonho,
olhos de cobra,
luz branca em face branca,
lágrimas e soluços brancos;
eis que então viro pro lado:
abraço, caio, durmo...
acordo branco!

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